Comandante
Antes era o Sol radioso
quem comandava
Reino quente
Luminoso
Acolhe este teu servo, ó
Sol
Acolhe o escravo lastimoso,
embrutecido
Que outrora te serviu
Quão ruidosos são os
silêncios que me consomem?
Descarnam-me
Enlouquecem-me
São chumbo, cinza,
negros,
São cruéis degredos
Formas ilusórias
capazes de assassinar
Ó Sol inclemente
Acolhe, de novo,
O escravo embrutecido
Que outrora te serviu
Beberei desse néctar jubiloso
Da radiante brancura
vindimado
Sonho, branco, amor,
esperança
Bendita a hora em que
comandavas, quente e luminoso
O escravo, agora
moribundo
Que outrora te serviu
Morte
Serás tu a morte, ó
Sol?
Mascarado, vermelho,
laranja, amarelo
Circular
Destróis o que antes
aquecias
Conforme o Comandante
decidiu
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