segunda-feira, 14 de março de 2016

12 - Comandante




Comandante

Antes era o Sol radioso quem comandava
Reino quente
Luminoso
Acolhe este teu servo, ó Sol
Acolhe o escravo lastimoso, embrutecido
Que outrora te serviu

Quão ruidosos são os silêncios que me consomem?
Descarnam-me
Enlouquecem-me
São chumbo, cinza, negros,
São cruéis degredos
Formas ilusórias capazes de assassinar

Ó Sol inclemente
Acolhe, de novo,
O escravo embrutecido
Que outrora te serviu

Beberei desse néctar jubiloso
Da radiante brancura vindimado
Sonho, branco, amor, esperança
Bendita a hora em que comandavas, quente e luminoso
O escravo, agora moribundo
Que outrora te serviu

Morte
Serás tu a morte, ó Sol?
Mascarado, vermelho, laranja, amarelo
Circular
Destróis o que antes aquecias
Conforme o Comandante decidiu

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