segunda-feira, 14 de março de 2016

04 - Labirinto




Labirinto

Vazio
labirinto agreste, frio
manto de invisibilidade
protetor de sebes altas, silenciosas

Aqui a solidão nasceu
reino do pássaro negro
construção milenar
húmida
onde descanso
onde tudo o que importava, desapareceu

Ruínas inquietas
embelezam a cordilheira iluminada
banhada pelas primeiras chuvas da manhã
onde tudo o que importava, desapareceu

Prisioneiros cambaleantes
eis o labirinto por onde avançar
emaranhado de corredores ancestrais
reino de disfarces e ilusões
os espaços e os seus tempos, enfrentaremos,
sem quebrantar

Nasceu
uma árvore majestosa
ficou cativa no exato lugar deste longo corredor
onde sou teu

Guardião
pássaro negro, protetor, querido
eis, aqui, o novo lugar onde me escondo e habito
no centro do labirinto
no topo da árvore mais alta do reino desconhecido

Subi
ousei enfrentar o monstro cinzento de dentes afiados
devorador de prisioneiros
neste reino vazio
Labirinto agreste, húmido,
que animal é este onde agora repouso
tão frio?

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